Amar é... . Num ritmo efervescente Você capturou meu olhar Senti-me flutuar como uma adolescente Sonhando com você a me beijar . O tempo pareceu parar Não pude mais me conter Seu olhar profundo fez-me corar Na ânsia louca de te conhecer . Fiquei imóvel quase sem respirar Quando percebi que vinha até mim Lutei contra o desejo de me atirar Em seus braços claros como marfim . Sentou-se ao meu lado Não pude impedi-lo . Sua voz rouca deixou-me arfando me apaixonei
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Enquanto Maio...Poesia
***
I
Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca
Austera. Toma-me AGORA, ANTES
Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes
Da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
Em cadência minha escura agonia.
Tempo do corpo este tempo, da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento
Um sol de diamante alimentando o ventre.
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.
Te descobres vivo sob um jugo novo.
Te ordenas. E eu deliquescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza.
[Prelúdios - intensos para os desmemoriados do amor – Poema I- Enquanto Maio...Poesia de Hilda Hilst}
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