quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Há palavras que nos beijam


Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármores distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
No silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O’Neill

Do peito que dói...


Do peito que dói...

se tiveres medo de se apaixonar...
não faz-se difícil entender...
sentir o coração rasgar...
e sentir a alma arder...

mas lembre-se de como é doce...
o cheiro inebriante da pele...
melhor se para sempre fosse...
o gosto viciante do beijo...

porém fugaz, tudo se faz...
mas o que senti por ti, desejo...
não quer passar, meu corpo pede mais
uma silhueta na penumbra

uma mão tímida e quente...
depois o corpo quente que deslumbra..
doce ópio de loucura ardente
como uma chama que queima e atrai


Hugo Roberto Bher

Sapiencia


Esta sapiencia que eu tenho
Desse teu desamor, desse teu fingimento
Me dá um desalento
Um nó que me aperta por dentro!
É igual vento encanado
quando sai desatinado
chovendo mundo afora.

Te aviso, mas vc não olha...
um dia, sem demora
chove aqui dentro
e meu coração vai embora.
Espelhado por Fern