sexta-feira, 26 de junho de 2009

VERTIGEM EM SONHO...



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Sentada, em algum lugar qualquer, a sensação que tenho é que a luz vai findar, o som da música irá sumir e todos os sentidos desaparecerão. A queda é inevitável, o abismo é profundo e toma o corpo desprevenido. Assim, flutuo numa descida vertical.

Resisto à queda tensionando meus músculos, deixando em alerta meus sentidos. Passado o primeiro momento de surpresa, relaxo e me deixo levar pela leveza do vácuo e pelo inusitado da situação. Aproveito a viagem em queda livre e ouso lembrar de ti, sentindo tua presença ao meu lado. Logo, tua imagem é física e sinto teus abraços e o carinho que me toca em ondas, vejo teu rosto que me sorri e teu corpo que se oferece ao meu. O voo segue, e é uma espécie de desmaio o que sinto, só não distingo se é da queda ou do cheiro que se desprende do teu corpo que me acompanha nessa alucinante vertigem.

Não se diferencia mais prazer e medo. Meu cérebro só registra teu cheiro e teu calor. Há em mim um prazer inusitado, sem medida e navego no ar. A queda diminui até estancar definitivamente e tenho a certeza que isso não foi ilusão. Mas minhas pálpebras se abrem buscando ao redor sinais de ti e da tua perplexidade, ao olhar meus olhos iluminados da viagem e úmidos por saber que os sonhos nem sempre são possíveis (de realizar!)...

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